28 dezembro, 2006

transCE(n)DÊNCIAS




estico o olhar para tentar ver mais longe,
entro no silêncio como entra o frio nas casas: por uma qualquer fresta imperceptível,
relativizo este ou aquele encontro, o que já passou, o que não vai ser,
o sentimento que de cansaço se calou,
uma tristeza que já esqueceu porque chorou,
e tento perceber-me envolvida nesta rede de (des)encontros, nesta correria incessante da cidade dos homens...
(E se parar agora, será que se desviam a tempo ou me atropelam?)
se às vezes me sinto só arrastada pela corrente,
também sei, por esperança, que sentidos indecifráveis se revelam quando menos esperamos.
onde está então a felicidade? em acordar de manhã, em fazer o melhor possível, em abrir as janelas do coração aos outros e ao vento e ao frio se assim calhar, em recomeçar sempre, em desistir do que não é verdade, mas sim desejo desordenado, em ser fiel à verdade interior, em procurar sempre mais...
(e podia continuar indefinidamente…
e vou continuar com certeza, mas não aqui)






1 comentário:

Anónimo disse...

...às vezes são necessárias... *