É bom termos consciência do nosso valor pessoal, e todos o temos, independentemente dos dons e dos defeitos que nos calharam em sorte, da função que desempenhamos, ou das circunstâncias em que nos encontramos. Essa consciência é a âncora necessária para não andarmos ao sabor da maré e a nosso estado de espírito não depender das opiniões dos outros sobre nós (embora não possamos viver sem as opiniões dos outros, e algumas delas nos devam merecer grande atenção, pois iluminam cantos que a nossa auto-correcção não vê).
É bom sermos capazes de reconhecer as nossas fraquezas (torna-nos capazes de assumir as nossas culpas e também de perdoarmos as dos outros) sem cairmos na tentação da falsa humildade e da auto-condescendência.
E aqui entra em campo uma personagem que se chama orgulho que pode confundir um bocado as coisas. Pode levar-nos a considerar que ter consciência do nosso valor pessoal é estarmos acima das críticas, que qualquer crítica é um ataque pessoal e uma tentativa de nos retirar o lugar ou o respeito a que temos direito. O orgulho alimenta aquela postura do: dar-se sem se rebaixar, na qual podem cair ambos: os que se merecem muito respeito, e os que apesar de mostrarem aparência humilde na verdade se sentem silenciosamente injustiçados por não lhes ser reconhecido o seu devido valor.
É preciso encontrar portanto uma referência para lidar com estas interacções tão complexas... e a mim parece-me que a melhor referência é a verdade. Ou seja, é bom sermos firmes. E é bom sermos frágeis. É bom sabermos o nosso valor. E é bom não lhe darmos demasiada importância.
A diferença entre escolher o orgulho ou a verdade é como a diferença entre fazer benzinho e fazer o melhor. Importa não ceder nos princípios, mas ceder às pessoas; não sermos coitadinhos, mas sermos capazes de sacrificar um posição segura, para poder chegar mais perto. Ninguém ama sem descer. Só quando a posição relativa que ocupamos em relação ao outro deixar de ser mais importante que o outro é que o nosso valor será realmente inabalável, porque já não teremos medo de o perder.
aceitar perder para ficar a ganhar...
dá que pensar, não dá?
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