Há momentos em que estamos perto demais.
Às vezes a diferença mínima de alguns milímetros é o suficiente para ultrapassar a barreira da distância de segurança mínima garantida, uma linha invisível, quase, quase imperceptível.
Em cima da linha não é possível ficar. Ou se mergulha de cabeça. Ou se recua sem hesitar.
Acontece, às vezes, que o desejo quer avançar quando a razão quer recuar. Isto não torna mais difícil a decisão (para quem tem a certeza de quem é e do que quer para si). Às vezes queríamos poder acreditar na ilusão de que outra decisão é possível, mesmo quando sabemos que não é. Queríamos poder adiá-la quando no fundo ela esta tomada à partida.
O desejo ameaça sempre que vai dar luta, mas não se pode ceder à chantagem só para tentar manter uma paz aparente. Se a verdadeira paz quer ser (re)conquistada vamos à luta que o desejo tem mais garganta que poder. (Lutar faz bem. Aquece nas noites frias. Traz diversidade à banalidade dos dias. Fortalece os músculos interiores da renúncia e da vontade).
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