"Era uma vez um camponês a quem fugiu um magnífico cavalo branco. Depressa se viu acompanhado dos vizinhos, condoídos pela perda. «Que grande azar tu tiveste», diziam-lhe eles. «Talvez», respondeu o homem.
Acontece que, no dia seguinte, o corcel branco estava de volta a casa, acompanhado por seis cavalos selvagens. «Olha, afinal tu tiveste foi muita sorte», disseram os vizinhos. E o camponês respondeu-lhes: «Talvez.»
Dias mais tarde, ao tentar montar um dos cavalos selvagens, o filho do camponês caiu e partiu uma perna. E lá vieram os vizinhos falar do azar, com o nosso homem a responder-lhes apenas «talvez».
Certo é que a aldeia foi, entretanto, assolada por militares que vinham recrutar jovens para a guerra. Como o filho do camponês tinha a perna partida, foi deixado para trás, escapando a uma morte quase certa. Lá vieram então os vizinhos falar em sorte, com o camponês a responder-lhes um simples «talvez».
E a nossa história continuaria, ad aeternum."
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