24 novembro, 2010

De passagem


sob a aparente calma dos dias,
sob a pele, como uma segunda alma,
a urgência constante do encontro,
a urgência constante da viagem.
atravesso os meses com a mala arrumada,
pouca coisa: coragem, liberdade, quase nada.
tacteio na escuridão do presente,
vasculho no rumor indecifrável da rotina,
um sinal, uma palavra, uma imagem
que me devolva a memória do futuro,
que me inspire as coordenadas da próxima paragem.
hoje, agora, amanhã: não estou parada,
estou um passo mais perto da chegada
estou um instante mais perto da partida.


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