22 novembro, 2010

Pressentilêncios


não sei se é de luz este instante,
de silêncio, ou espanto.
não sei se é o sabor deste encontro
que me acorda por dentro.
pressinto os teus passos no rumor dos dias,
é solitário o teu caminho,
vã é a minha pressa.
o tempo não se detém na curva das horas,
a manhã submersa, a tarde tão escassa,
passas por mim amanhã?
(passas por mim agora?)
é tua esta voz? é teu este braço?
não te digo ainda o que me adivinho,
hoje ainda é cedo, o momento é raro,
hoje só pressinto, espero um dia claro,
hoje faz cinzêncio, paro, calo, espero.


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