17 julho, 2006

(im)pele

a pele.
a tua.
a pele do teu pulso
onde ela é mais branca.
a pele nesse instante
em que sorris
e ela é mais clara:
a pele quando ela é luz.
a pele onde ela se dobra sobre si mesma
e faz sombra
como as vezes no teu olhar
(não, essa é uma sombra de cor diferente).
a pele deslizando sobre os teus ossos,
se te moves, devagar.
a tua pele que reage ao sol
e muda-se a si mesma.
eu mudo-me a mim só para con-dizer.
(talvez devesse deixar-me des-con-dizer)


















se vieres nao te esqueças
de me pintar os olhos com os teus dedos
para te ver melhor,
para além das máscaras que me escondes...
quero ver-te; a cor [(d)a pele] quando te perdes,
quando adormeces,
quando te despedes,
quando chegas,
quando negas,
quando acordas.
quando não dormes
ou só quando és
(quanto és de ti) em cada instante.




image by Paul M. Schenk, Lunar and Planetary Institute, Houston, TX
encontrada aqui

2 comentários:

amarga disse...

Das coisas mais bonitas que tenho lido? Quem escreveu?:)

reverberações disse...

:)
escrevi eu...
como aliás todos os textos do blog que não referem autor ou local onde foram encontrados...
pensei que daria para perceber...
está implicitamente subentendido.
fico feliz que tenhas gostado...
deve ser essa a vantagem dos blogs, a de um segredo partilhado no anonimato... ainda que o segredo que eu escrevo seja diferente de todos os segredos que nele podes ler. ainda que os segredos que leias sejam provavelmente os teus e não os meus...
mas se assim fôr é muito bom, às vezes acontece essa magia...
nas palavras de alguém podes vislumbrar outro mundo...
nas palavras de alguém podes (re)ver-te a ti...