Hoje faço 28 anos. O ano passou por mim a correr, com a intensidade dos anos de mudança: mudança de direcção, sabor de coisas novas, mas familiares cá dentro, como aquelas pessoas que encontramos e parece que conhecemos há muito, ou aquelas que raramente vemos, mas parece que nunca saíram de perto de nós.
as escolhas são difíceis, porque abrem umas portas, mas fecham outras e nunca temos certezas absolutas. só podemos avaliá-las pelos frutos, pela luz nova que trazem à vida, pela felicidade que nos dão apesar do cansaço e das dificuldades, pela paz interior que sentimos apesar do futuro ser tão incerto como sempre foi...
os aniversários são geralmente dias em que as pessoas nos oferecem coisas (espero que poucas, porque já tenho tudo o que preciso), mas dei por mim a pensar no que terei eu oferecido às pessoas ao longo deste ano, se estive atenta ao que as pessoas precisavam de mim, se estive presente na vida das pessoas que hoje se lembraram de mim ou se andei demasiado ocupada com as minhas coisas.
que presente é que damos aos outros todos dias? não falo dos presentes embrulhados com laço e tudo, mas do dia de hoje, do tempo presente, da presença que temos no tempo presente das pessoas, do espaço-tempo que ocupamos, roubamos, oferecemos e de como o fazemos.
lembrei-me de uma canção que descobri há pouco tempo e que gosto muito: "Pérolas aos poucos". Será que damos sempre pérolas aos outros, ou seja, sempre o melhor de nós? Será que sentimos que as pérolas que damos se perdem? Eu acho que aquilo que dou é sempre muito pouco, vem do pouco que eu sou, mas acredito que nada daquilo que se dá, nada daquilo que se partilha se perde. só se perdem as pérolas que guardamos para nós e não são úteis a ninguém.
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