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01 setembro, 2011

Magis 2011: Peregrinar

Ainda estou a tentar fazer o balanço destas férias. E não me atrevo a grandes conclusões por suspeitar que há experiências, pessoas, encontros, descobertas cujas repercussões só poderemos avaliar mais tarde, pelos frutos. As árvores (e as vidas) avaliam-se pelos frutos.
Tenho para mim que não é só a viagem que me seduz, mas todas as dimensões do peregrinar. Viajar caminhando, devagar, com tempo para estar nos lugares e para estar com as pessoas, com tempo para conversar, com tempo para parar, com tempo para ter tempo. Viajar com pouco, deixando o supérfluo para trás e procurando o essencial. Viajar com as dificuldades e fragilidades que o caminho faz questão de revelar. Viajar com sentido e objectivo para uma meta que não é necessariamente o lugar de destino, mas um novo olhar, uma sabedoria que do caminhar se traz para a vida. E depois, cada destino é também o ponto de partida para um nova viagem, para um regresso, ou para uma nova partida.
Pode às vezes parecer rotineira a viagem da vida. Daí a importância de trazer um olhar renovado para a rotina de todos os dias. E a coragem de enfrentar medos e de nos propormos a ultrapassar obstáculos, mesmo que eles nos pareçam, à partida, montanhas intransponíveis. Afinal, depois de subir a primeira montanha impossível todas as outras nos parecem mais acessíveis.
Podemos nivelar a nossa vida por baixo, correr poucos riscos, viver agarrados às nossas velhas seguranças, achar que não somos capazes de mais e melhor, mas é mentira. Os ideais só são ideais se forem elevados. E há algum risco maior do que a vida desperdiçada? O melhor é não nos satisfazermos com pouco quando o coração pede magis. Correr o risco de trilhar vales e montanhas. Até porque as montanhas sobem-se todas da mesma maneira: um passo de cada vez. Entretanto, convém não esquecer de aproveitar a viagem e a paisagem, porque as metas que valem a pena são difíceis de alcançar.

Magis: Peregrinação entre San Sebastian e Arantzazu - 9 a 14 de Agosto de 2011

26 agosto, 2011

26 maio, 2009

re(in)spiração

em dias como o de hoje, não sei se é o céu, se é o calor, se é um campo qualquer de passagem na janela do carro (a acordar qualquer coisa na memória), só sei que inspiro (como que dizendo que é algo que me vem de fora para dentro) e/ou expiro (como que dizendo que é alguma coisa que me vem de dentro para fora) essa vontade de caminhar de mochila às costas, outra vez, como se não houvesse tempo.

29 abril, 2009

Fortaleza

Há portas que temos que atravessar sozinhos. Para além do medo, para além do tempo, para além de nós mesmos e das nossas defesas.
Há portas através das quais nos dividimos, e outras que nos deixam mais inteiros.

Esta foi a primeira porta que atravessamos na Peregrinação dos centros. Da qual voltamos sozinhos, mas unidos a todos os que lá estiveram por um mesmo ideal. E de repente já não estamos tão sozinhos como quando partimos.




Fortaleza de Almeida, século XVII
fotografia retirada daqui