há uma beleza nas coisas simples e claras, nas coisas que nos fazem bem e que às vezes parecem raras e outras vezes estão só escondidas pela quantidade enorme de tralha que nos ocupa os dias, sejam as listas intermináveis de coisas a fazer, seja a incapacidade de viver com mais liberdade e mais humildade. sou menos livre quando ignoro o que os outros precisam de mim e espero que eles sirvam as minhas necessidades, quando os manipulo mais ou menos conscientemente para servirem as minhas vontades, quando ajo por interesse e não de forma gratuita. sou menos humilde quando me recuso a pedir ajuda por me ter habituado a viver como se fosse auto-suficiente, como se não precisasse de ninguém. tantas coisas que podem tornar a vida mais difícil do que ela já é, desnecessariamente. a humildade é a verdade, já dizia a madre Teresa, é ser-se quem se é, não usar máscaras, não se sobrevalorizar e não se menosprezar, não parecer mais forte do que se é, não lutar continuamente para se esconder ou para se mudar aquilo que se é. É bom procurar a superação, é bom procurar fazer sempre o nosso melhor, mas se isso se tornar um fim em si podemos esquecer-nos de aproveitar o caminho. viver continuamente no limite pode tornar-nos piores pessoas, mais distraídas, mais cansadas, menos disponíveis para o que realmente interessa. Se o preço da superação for muito elevado, talvez seja caso para perguntar: será mesmo superação? não será maior superação aceitar os próprios limites e viver bem com eles?
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