25 setembro, 2008

David Fonseca - Kiss Me, Oh Kiss Me


"So when the fight is over,
And the storm is through,
Now will you pick another?
What will you get into?

So you stand in the corner,
With those boxing gloves on you,
You’re old, scared and lonely,
Yeah we’ve all been there too…
We’ve been all there too…

Kiss me, oh kiss me,
If that can make it right.
Try me, find me,
Just throw them on me…
Those failed expectations…
Floods and afflictions you’re through.
Cause I just might, take them home with me."

(...)

04 setembro, 2008

os dias do bandido


chegou ontem...




um livro, dois cds, 79 faixas, 10 anos, um homem, muitos convidados... uma obra.
o que é uma obra pode dizer do seu autor?
muito depende do que o autor nos deixa ver...





neste livro, neste album, nesta obra, Manel Cruz deixa a porta entreaberta e cada um encontra uma obra diferente, talvez. para além das letras está a escrita, para além das músicas estão os instrumentos e os sons, e a gravação em si, e a mistura... como quem segue as pistas de uma história indecifrável, seguem-se as páginas e as faixas desta obra, numa odisseia de instantes e sabores e humores... no limite só nos é dado a ver aquilo que o autor nos deixa ver. no limite só nos é dado a ver aquilo que somos. para aqueles que se reconhecem, para aqueles que procuram, para aqueles que se perdem, para aqueles que viajam com a mesma angústia por estes dias, por estes tempos, por estes sonhos. para esses é esta porta familiar, para esses é esta obra um princípio da explicação das insónias habituais. ou uma tentativa de explicação. para esses estas palavras estão debaixo da língua à espera de serem ditas. para esses estas músicas estão debaixo da pele à espera de serem sentidas. para os outros não sei.
se alguém se atreve a fazer um objecto assim, inclassificável no conteúdo e na forma porque pessoal, e pessoal também na construção, no tempo que demorou, se alguém se atreve... gostem ou não gostem, há coragem e há verdade. as duas já são raras e juntas ainda mais. e também há talento, neste caso.




02 setembro, 2008

os últimos dias


aqui onde o tempo não passa
eu sou
esta sede de encontro e distância,
eu sou
a memória da esperança,
eu vou
voltar ao zero, ao princípio, ao silêncio,
apagando todas as marcas
que me deixaram na pele.
eu principio
e ninguém me procura as asas
(não sabem).
eu quero, ser
terra de ninguém.
esse instante suspenso numa gota de orvalho
antes de cair


MESA - Boca do mundo


...é esta a música destes dias sem direcção. outra vez no espaço invisível, indizível. estou no intervalo, no espaço entre... a arder os inevitáveis sentidos dos outros. é isto o presente.

"por fim, por fim
sinto a vida que passa,
na boca do mundo
não se sabe quem é quem"